sábado, março 29, 2008

33 e o misterioso joão.

Lembra-se como, na primeira noite que o tinha visto, ele a agarrou e a encostou à parede fresca numa rua qualquer. Aproximou os seus lábios de pecado dos delas e sentiu-a estremecer. Ela fugiu, a noite tinha acabado por ali, nem um beijo...mas o desejo de tanto mais debaixo da pele.

Tinha acabado de pousar o telefone, ía vê-lo outra vez. O nome dele: João. Nunca lhe tinha tocado os lábios mas aquele moreno de olhos verdes tirava-a do sério.

Depois de um jantar com amigos comuns, que nada sabiam da sua história, seguiram a pé para um bar, caminhavam lado a lado cúmplices de secretas fantasias. O luar provocou as brincadeiras e acabaram por se distanciar do resto do grupo, entre risos nada contidos e toques provocadores Letícia perdia-se nos encantos daquele rapaz de quem pouco sabia. O sorriso dele dizia-lhe que ía ser naquela noite que os seus sentidos se iriam misturar.

Num passo menos cuidado Letícia precisou de apoio para evitar uma queda, o clássico momento constrangedor em que o João soube o que fazer. As línguas dançaram como sereias num mar de paixão incontida, a pele suave dos dois aproximou-se e as mãos atrevidas do João provocaram arrepios na pele que ele tanto queria provar. Uma dança ao luar, uma mistura de sensações irrepreensíveis e incontroláveis. Passados cinco minutos de puro fogo, João chamou um táxi e levou Letícia para sua casa.

Lençóis escuros. Azuis, escorregadios...tão confortáveis. Deitou-a e suavemente despiu-lhe o vestido verde. Letícia tinha a lingerie preta que uma amiga lhe tinha oferecido num aniversário, simples mas muito provocadora. Beijaram-se mutuamente, ela votou o corpo ao abandono das carícias deste quase desconhecido. Entre arrepios de prazer conseguiu ter força para se virar e ficar por cima dele. Prolongou o seu sofrimento até ao extremo - gostava de ver o seu sorriso maroto quando estava a gostar. Quando terminaram os jogos atrevidos entre os dois e começou uma guerra libidinal o dia já amanhecia. Letícia apenas teve tempo para um banho e um táxi para casa antes de ir para o trabalho.

Quando chegou a casa passou pelo Miguel na porta da entrada. Sorriu e disse Bom Dia, sentindo os olhos cravados nas suas costas enquanto subia as escadas.

quarta-feira, março 12, 2008

32

A porta abriu-se sem que ele tocasse na maçaneta.

- Olá! Bom Dia!

Um arrepio profundo.

- Bom dia...

Ela seguiu caminho sem olhar para trás. Miguel subiu as escadas com as pernas a tremer.

Porque é que o teu morder de lábios não me sai da cabeça, miúda? Não me fazes bem, pões-me a alma em alvoroço e o corpo dormente. Mas quero-te tanto que chega a doer passar por ti e sentir o teu perfume inebriante...vá lá torna-te vulgar. E tens um andar tão sexy! Vês? Fico com as ideias desconexas quando passo por ti. E isto tudo só com um bom dia...estou perdido.