Passou pela dona Isabel ao entrar no prédio, cumprimentou-a e seguiu.Subiu as escadas num passo pesado e arrastado. Cansada. Ao chegar à sua porta reparou imediatamente num embrulho de papel reciclado, enleado com fita vermelha. O bilhete estava entreaberto. Letícia hesitou, pegou-lhe com cuidado e leu de um fôlego só.
Seria possível? O pijaminha? Pegou cuidadosamente no embrulho e levou-o para dentro. Sentou-se na poltrona e com desenlace nos dedos abriu-o. Ali estava ele suave, azul. Letícia suspirou e inalou um subtil aroma a lavanda. Está lavado, pensou. Mas já não tinha o cheiro dela, sem pressas decidiu voltar a lavá-lo - não fazia ideia de onde teria estado o pijaminha e não queria pensar nisso. As possibilidades que lhe asssomavam a mente provocavam-lhe arrepios.
domingo, maio 25, 2008
domingo, maio 04, 2008
Desaparece - 42
Não percebo porque me irrita tanto este querer, este desejo que me amolga o andar e me faz suspirar apertada. Não entendo esta urgência dos teus braços que amordaço com os lábios quentes de outro alguém. Vou tomar banho, lavar o teu olhar de mim, arrancar as tuas palavras dos meus ouvidos. Escolher um canto para te esconder e nunca mais te encontrar. Porque preciso mesmo disso. Ai Miguel...desaparece. Deixa-me o vazio com que aprendi a sorrir e que agora tu não sabes como preencher. Habituei-me à tua pele, ao teu sabor e sem saber perdi-me no desejo que cega e faz tremer os joelhos.
As horas que partilhei contigo, num envolvimento que nunca soube como definir, passeiam-se na minha mente nos minutos ociosos...
A mesma dança repetida em mundos diferentes, em segundos diferentes, em escalas de intensidade diferentes. O sal da minha pele no sabor dos teus beijos, o calor do meu corpo entre as tuas mãos. A tua respiração ofegante e o meu coração acelerado. Uma dança descompassada perdida nos beijos acalorados. O pé a pisar o céu do abismo, o mundo a fugir-me das mãos, a tua respiração entrecortada no meu ouvido e o meu calor no teu corpo escaldante. A tua pele por baixo das minhas unhas e as tuas mãos a agarrar firmemente a minha cintura. Os gemidos que não consegui calar...e que te fizeram estremecer.
Agora apaga isto de mim para que te possa esquecer.
As horas que partilhei contigo, num envolvimento que nunca soube como definir, passeiam-se na minha mente nos minutos ociosos...
A mesma dança repetida em mundos diferentes, em segundos diferentes, em escalas de intensidade diferentes. O sal da minha pele no sabor dos teus beijos, o calor do meu corpo entre as tuas mãos. A tua respiração ofegante e o meu coração acelerado. Uma dança descompassada perdida nos beijos acalorados. O pé a pisar o céu do abismo, o mundo a fugir-me das mãos, a tua respiração entrecortada no meu ouvido e o meu calor no teu corpo escaldante. A tua pele por baixo das minhas unhas e as tuas mãos a agarrar firmemente a minha cintura. Os gemidos que não consegui calar...e que te fizeram estremecer.
Agora apaga isto de mim para que te possa esquecer.
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