segunda-feira, janeiro 27, 2014

Pequeno-almoço

Acordas-me ao deslizares o teu braço para longe da minha pele. Abro os olhos estremunhada e vejo-te num espreguiçar lânguido: o teu corpo moreno recortado contra o lençol de cor viva deixado ao saboroso abandono de uma manhã de fim-de-semana. Sentia suaves dores por todo o corpo, sabia que ia encontrar negras em locais inacreditáveis dali a uns dias... e sabia que ia sorrir quando as descobrisse.

Levantas-te e segues sorrateiro até à cozinha. Apercebo-me de que estamos em tua casa. A forma sôfrega com que me foste conduzindo pelas escadas até uma das portas no patamar não em deixou perceber se estávamos a entrar na minha ou na tua casa, nem me lembro de ouvir a chave na porta. Entras de novo no quarto a morder sedento uma maçã. Perguntas-me o porquê da minha expressão incrédula, eu sorrio e não te digo no que pensava.

 Aproximas-te carinhoso, onde estaria o feroz amante da noite anterior? O teu toque sedoso e delirante na minha pele amanhecida provoca-me um arrepio. Sorris, deixaste a maçã de lado, não sem antes lhe cravares uma última dentada, deixando o sumo a escorrer pelo queixo. Delicioso e fresco. O melhor dos pequenos-almoços.

1 comentário:

VITORIO NANI disse...

Dá para imaginar como foi a noite!
Um grande abraço!

VitorNani & Hang Gliding Paradise