segunda-feira, setembro 20, 2010

Já não te via há meses.

E nem sei como é possível ser tua vizinha e não te encontrar durante tanto tempo, Miguel. Soube que estiveste de férias... e aparentemente o teu horário mudou. Se calhar até mudaste de emprego e eu não sei.

Mas ontem entraste no prédio quando estava à espera do elevador. E olhaste para mim como se fosse a primeira vez. Vinhas bronzeado com o cheiro das noites de verão e um sorriso delicioso nos lábios. Falámos. Convidaste-me para ver as mudanças que tinhas feito em casa... uma pobre desculpa para me teres na tua arena. Mas eu estava ébria com as lembranças do teu sabor, queria provar-te uma e outra vez, por muito que tentasse negá-lo.  Fui. Dei-te tempo para gastares o latim e fui gentil o suficiente para te deixar ter a iniciativa.

Rodeaste-me e com o peito encostado às minhas costas sussurraste "Tive saudades tuas". Arrepiei-me. E tu continuaste com a dança da sedução. Sorri e rendi-me. Tocaste-me como se estivesses a tocar a minha pele pela primeira vez. Deixei que me despisses, sabia como gostavas de o fazer, sentir esse poder. Demoraste-te em cada centímetro e eu entreguei-me. Fui tua, corpo e alma, objecto de prazer e de admiração, musa e deleite, só para ti. Um só toque da tua mão fazia-me estremecer e eu estava a adorar. Apertaste o meu corpo entre os dedos com fulgor, sentia o desejo na tua pele e o meu a aumentar. Agarrei-te o pescoço e beijei-te, gulosa e sôfrega. Sabias-me bem. Já me tinha esquecido do teu sabor, agridoce, viciante. Depois de te sentir o paladar, quis provar tudo o que o teu corpo parecia esconder. Não deixaste, seguraste-me o queixo e mordeste-me o lábio. Apertaste-me os pulsos e uniste-os ao fundo das minhas costas, ataste-os com alguma coisa que encontraste junto à janela, uma fita da cortina, vim a descobrir depois. E, sem explicações, afastaste-te e despiste-te para mim... sexy. Depois conduziste-nos aos tropeções até ao chuveiro e abriste a água, entre beijos e provocações. A água escaldava e eu queria libertar as minhas mãos para sentir a tua pele, mas estava delirante ao sentir as tuas explorar o meu corpo. Fechei os olhos e deixei-me levar, valeu a pena estar tanto tempo sem ti. Deixaste-me em brasa, à beira do precipício, uma e outra vez, mas só quando me desataste e me levaste para a cama é que me deixaste consumir-te com prazer.

Acordei com o teu corpo colado ao meu, o teu calor a envolver-me numa manhã estranhamente serena. Quis mais, roubei-te um beijo e o sono. Explorei a tua pele morena debaixo dos lençóis... e senti-te arrepiado, em alvoroço com a proximidade da minha respiração e do meu corpo. Também querias mais.

1 comentário:

Elza Magna disse...

Uma delícia esta história, T.A.!

Voltrei com mais tempo, pra ler outras.

Beijos