terça-feira, março 28, 2006

Obsessão..

Obsessão..

Quão ténue é a linha que separa o ódio do amor...Mas que linha sequer os separa?Qualquer desenho de limite se perde, por entre o nevoeiro obscuro das obsessões; aquelas cujos novelos de arame farpado nos prendem os pulsos e nos rasgam a visão - verdadeira cegueira - Aquelas que apenas nos fazem ver aquilo que queremos ver, ouvir aquilo que queremos ouvir, mas sentir tudo aquilo que não nos evitamos sentir. Aí todo qualquer esboço de barreira será apenas o da irracionalidade.

Desejo. Comprimir. Morder de lábios.Cravar de unhas em punhos cerrados. Preto e vermelho. Baixar de olhos. Um calor na respiração. - fogo em todo o sistema respiratório. Um contorcer de entranhas - ácido em todo o sistema digestivo.Febre, febre.Um suor nervoso escorrendo por todas as veias e artérias em sangue rápido e grosso, deslizando pelas palmas das mãos em clausura obrigatória.

Negação, oh doce negação!Fúria verdadeira. Desculpas inquietas no tremer das pupilas dilatadas. Raciocínios atabalhoadamente formulados na vergonha de um orgulho ferido.
Quão orgulhoso é o ser humano e quão patétitcamente se debate contra o emaranhado de todas as emoções e quereres que não consegue controlar!Quão desesperadamente procura encontrar-lhe substituos mais práticos e confortáveis.Mentiras cómodas bem à mão. Outros sentimentos forjados.Outras falsas obsessões.



Ele estava sentado no comboio, junto à janela como sempre - para aproveitar os fracos de raio de sol de fim de tarde, na sua cara branca de Inverno, por bronzear - que ele, amante apaixonado do Verão, tanto detestava.
Estava sentado e sorria. Um brilho vitorioso no seu olhar - espelho cintilante do real humano animal (aquele que tentamos sempre esconder na purpurina convenientemente bonita dos sentimentos - chimpazé gigante com um lacinho cor-de-rosa.
Ele sorria, convencendo-se das mentiras preciosas que se impingira - mosca espernejando na lâmina de vidro sobre o olhar cruel do seu observador - convencendo-se que não era o desejo pérfido por aquela peça indecente que o consumia, negando-se à obsessão (ao seu olhar hipnotizante que o enlaçava).
Convencendo-se que era dela - simples manequim do seu verdadeiro pecado - que sentia saudades. Convencendo-se de que era por ela que de facto estava arrependido, que era por ela, pelas sua lágrimas sinceras, pelo seu amor infantil, a pena que realmente sentira pelo dia em que ela partira (e o levara com ela - o segredo que tanto odiava amar - O Pijama).
Estava sentado e recordava. Inventava lembranças, talvez.Aquelas que suportavam a sua tese de paixão (aquelas em que fingira ser pela sua pele bonita - sim, ele sabia que era bonita - que as suas mãos tremeram de prazer.
Estava sentado, de olhos fechados, e voava...Voava até ao primeiro dia em que aquela pequena e aparentemente inocente peça de roupa haveria pela primeira vez tomado o molde da sua vida...

14 comentários:

Unknown disse...

Adorei! :) era mesmo por aí k eu keria ir =) posso escrever o próximo? *

T. disse...

força inês!!!

ana tens ali um parenteses abertos...e n fechados LOL

gosteiiii sim!!=D

StupiDreamer disse...

é pra fechar por vocês e tal..=X
:P
agora é o da Vera, depois escreves tu Inês ;)
salvei o pijama?:P

J. disse...

LOL eh pah é d mim ou ele tá a tornar.m mm obcecadooo!? lol gostei ana, cm smpre... xD

AR disse...

viva vcs!, pantufinhas inocentes!
=)*

SuntoryTime disse...

Também acho que este é o rumo que o Pijaminha deve tomar (;

**

B. disse...

AMEI!!!!
Não tão sexual - o que não é de todo mau! - mas igualmente belo e sensual. Assim se mantém o nosso pijama, a nossa honesta indecência.

O nosso pijama, ainda que na cabeça do nosso amante, abandonou o quarto em que se deitava, noite após noite, enquanto esperavam que o consumissem...

Anónimo disse...

Nojo é o que eu sinto. Não amor, nem raiva...
Esse pijama que vesti, essa peça indecente que me cegava, que eu julguei que me amava.
Mas na realidade ele só estava comigo para poder estar com ELE.

Não sei se te conseguire usar mais sobre a minha pele. Hoje despeço-me de ti. Meio homem, meio pijama. Amor fuirtuito. Triste.

Agora que venha outra mão divina escrever as linhas do meu destino. Desisti de ser quem sou.

Unknown disse...

LOL :P
sim, salvaste! =) oki, tao a vera k se despache =P *

MiLady disse...

mto bom ana :)agr quero mais!!=D

Anónimo disse...

tá muito bom, prá continuação
mas ñ se esqueçam o que vende e o k o pessoal quer é sexo
e parece-me que a poesia aqui se esqueceu do erotismo
continuem!!

Anónimo disse...

By the way, escreve-se obsessão. Que tristeza!

StupiDreamer disse...

não que eu escrevo com c :D

Alexx M. disse...

Há já um tempinho k eu ñ vinha aki :P
Tá óptimo cm sp, Aninhas, mto intenso, mto profundo, com as emoções à flor da pele (sendo o desejo e a obsessão as mais fortes de todas). E gostei do facto do pijaminha ter mudado de ares, deixando um rasto de obsessão atrás dele :P E o facto de ter sido um capítulo menos sexual ñ impediu k continuasse a ser super sensual.
Cm já disse, gstei mto!***