terça-feira, julho 14, 2009

Sentou-se na cama, ainda quente do torpor dos corpos. O quarto parecia-lhe enorme e tão vazio... Estava sozinho. O coração batia-lhe desenfreado no peito, o corpo estava dormente, e nada à sua volta fazia sentido. Um grito agudo trespassou os minutos, no quarto em vácuo. O telefone. A medo pegou-lhe e ouviu alguém alegre e cansado que lhe contava a jornada até chegar a Londres. Ana tinha ido em trabalho, um cliente importante... Ana, a mulher com quem tinha casado há uns anos atrás. Ana, a mulher que tinha estado afastada da sua mente durante as últimas horas, durante as últimas semanas.
Letícia tinha surgido de novo, a sua paixão de outros tempos. E agora ela tinha saído, altiva, com a certeza de que deixava para trás um homem perturbado.

Enquanto sorria, consciente dos estragos que provocava, Letícia dava as indicações ao taxista para a deixar em casa.

Sem comentários: