quinta-feira, abril 08, 2010

Tarde sagrada com o pecado na mente

Levantei-me e desta vez consegui sair do teu ninho. Roubei-te uma t-shirt antiga, e desci, descalça, até minha casa. Vesti uns calções justos [aqueles que tu adoras sabes? com os quais me fotografas sempre...] e fui correr. Precisava de suar o que tinha de teu em mim. Precisava de sentir algo que não as ondas que me provocavas e me subiam a coluna, arrepiando-me.
Suei uma vida, duas noites de sexo, muitas fantasias. Sabes como gosto de correr de cabelo ao vento e peito firme, seguro. Sabes como me sinto depois de correr, suar as noites de sexo que temos em segredo. Voltei a casa e pus a água a correr. Ouvia os vizinhos do direito a fazer sexo. Ela batia com a cabeça na parede e gemia e quis ter-te comigo, comer-te outra vez. Delicioso. Poderoso. Meu. Arrepiei-me e enfiei-me no duche. As altas temperaturas, o vapor convidavam-me a ficar e conhecer o meu corpo mas adiei o toque e pus um fim ao auto-conhecimento. Hoje encontravamo-nos na igreja. Podiamos fazer dezenas de piadas com a nossa presença ali, num sítio sagrado onde só o pecado nos vinha à mente.
Entrei na Igreja e tu já lá estavas, camisa aberta a três quartos, a pele morena, arrepiada quando olhaste para mim. Preto. Eu vinha de preto. Maquilhagem esforçada, que o suor esborrataria mais tarde. A cerimónia decorreu, cheia de palavras sacras mas nós estavamos longe. Tu, sentado no banco atrás de mim, nós atrás de todos os outros. Sussurravas-me na nuca e eu estava mais acesa do que nunca... cruzei as pernas para que parassem de tremer. Esperámos que saíssem, alegámos que precisavamos de um momento. Para nos dedicarmos a algo...divino: nós. Nús.
Seguiste-me até ao confessionário e se pudesses pregavas-me as mãos por cima da cabeça. Com força, mantiveste-me assim, presa e beijaste-me o corpo.Ficaste de joelhos e esperaste que me juntasse a ti. Sentei-te no banco e tomei o meu lugar no teu sexo. O velho banco de madeira rangia e o som só me fazia acelerar o movimento, desejar-te mais dentro de mim.Arrastaste-me até aos degraus que nos levavam ao altar e os reflexos de cor dos vitrais no meu peito acenderam o animal em ti. Viraste-me de costas com brusquidão e deixaste-me de joelhos apoiados no chão e a minha traseira suada junto à tua frente definida, erguida. Enrolei os meu braços no teu pescoço, seguraste-me o peito com uma mão, o cabelo com a outra. Mais uma vez doía, como doia sempre que estava contigo. Mas não parávamos, nunca, não tão perto da melhor parte. Aceleraste o ritmo e tive de me morder para não gritar, uma, outra e outra vez. Cravaste as unhas na minha cintura, deixando-me saber que te aproximavas do fim. Fui lá contigo e gritei. Um grito suado, ousado, abafado... pelo grito do sino da Torre da Igreja de vidros embaciados.

5 comentários:

T. disse...

abençoado sino!

xD

BC disse...

"rough love at the church", bom titulo músical. Só uma dúvida, de preto numa igreja... funeral de quem? e o gajo da canzana com unhas grandes... era o Miguel? (assumi que eram unhas grandes... só para ser assim mais rough!) ;) muito bom.

B. disse...

Era um Batizado... "com o preto nunca me comprometo!!!", em todo o lado menos casamento... mas se funeral for mais HOT também pode ser ahahahah :P
Epa e unhas grandes não... unhas normais que se cravam na mesma :P

B. disse...

Baptizado*

BC disse...

a boa! baptizado, entre os sinos e o choro do bebé estava tudo sob controlo... controlo Q.B. que esses meninos nao se controlam ;P