quinta-feira, novembro 17, 2005

O Pijaminha Indecente - Capítulo 4

Ela:

Empurro a porta do quarto e saio...ele ficou fixo no pijama, o porquê? Deixei de conseguir perceber...

Vou tomar banho...percorro o corredor às escuras, o meu vulto recorta-se na luz do quarto sem que roupa nenhuma me estrague a silhueta...Entro na casa de banho e ligo apenas a luz do espelho, ténue. À medida que entro lentamente na banheira penso em como o desejo pode misturar almas e corpos, tento perceber a forma como ele me despiu, como me desejou por momentos, arriscando o limite...

A água cai na minha pele, quente, provocadora, sensual...esqueço o que se passou no quarto, visualizo na minha mente o meu corpo dentro do maldito pijama...o fulgor que o consome, a serena astúcia do pecado que me conduz as mãos pela área que outrora pertencera ao pijama...porque ardo de desejo? Não percebo, mas começa a agradar-me...

Gosto de sentir a água cair...gosto da sua suavidade constante, do seu toque insistente, da calma com que avança sem pedir licença...quente, quase tão quente como o atrevido pijama...e o porquê desse deleite obsessivo pelo pijama, não o entendo, mas neste momento também não quero entender, quero apenas desfrutar da água, da luz quente, das minhas curvas recortadas no vidro, do meu corpo reflectido no embaciado do espelho...de mim, só, sem o pijama...